terça-feira, 21 de junho de 2011

Os dom-juans e seus haréns

Em uma linha de pesquisa iniciada há dez anos, César Ades analisa as diferenças de comportamento entre dois grupos de animais com uma provável origem comum, mas hoje com estilos de vida bem diferentes. Um é o preá (Cavia aperea), animal de vida livre, com no máximo 25 centímetros de comprimento, espalhado na América do Sul. O outro é a cobaia ou porquinho-da-índia (Cavia porcellus), domesticada há cerca de 6 mil anos nos Andes peruanos, num processo em que pode ter ganho ou perdido habilidades, de modo semelhante ao cão, a partir do momento em que seu ancestral, o lobo, há cerca de 15 mil anos, aproximou-se de um acampamento e descobriu que poderia ganhar alimento em vez de caçar.
Uma aluna de doutorado de César Ades, Patrícia Ferreira Monticelli, verificou que o acasalamento das cobaias é um ritual mais demorado e animado que o dos preás. Aproximando-se da fêmea, a cobaia macho inicia uma dança, a “rumba”, em que mexe a parte traseira do corpo, e solta um som longo, um prúu-uúrr – é o chamado de corte, por meio do qual procura atrair a fêmea. Depois, o macho corre atrás da fêmea, que responde à sua aproximação correndo e soltando gritinhos, ííc. Já o preá parece ter pressa: dança uma “rumba” entrecortada por uma postura de alerta e seu chamado é mais baixo, algo como um prur-prur. “O preá corteja e, ao mesmo tempo, está olhando em volta”, diz Patrícia. “Reage instantaneamente a qualquer ruído estranho que possa ouvir enquanto está com a fêmea, produzindo inclusive um chamado especial de alerta, que soa como derrrr.”
A domesticação pode ter liberado o comportamento reprodutivo. “O macho cobaia corteja a fêmea preá freqüentemente, mas um macho preá só muito raramente corteja uma fêmea cobaia”, diz Ades. “A obsessão reprodutiva da cobaia é muito maior. O macho corteja a fêmea o tempo todo, mesmo quando ela está fora do período reprodutivo.” Tanto o macho cobaia quanto o preá participam muito pouco dos cuidados aos filhotes. Pode até haver rivalidade entre o filhote macho e seu pai. Com um mês, os filhotes cobaias começam a apanhar dos pais se se aventuram a cortejar as fêmeas, incluindo a mãe e as irmãs, embora ainda não
sejam capazes de copular. Quando adultos, os machos formam haréns com seis ou sete fêmeas – e têm suas prediletas. A espécie domesticada é mais flexível na organização social do que a outra. “Nas cobaias, quando aumenta a densidade populacional, os animais se dividem em subgrupos, cada macho com suas fêmeas, cada um respeitando o território do outro”, comenta o pesquisador. “Os preás são muito menos tolerantes e não formam subgrupos.”
Entre os roedores, as cobaias e os preás têm um dos repertórios vocais mais ricos, com 12 chamados diferentes, incluindo gritos de dor e de defesa, os alarmes diante do perigo e o chut-chut-chut que emitem o tempo todo quando em grupo. Os filhotes que se perdem da mãe soltam um assobio uííc, úiíc, úiic muito alto e repetitivo, graças ao qual conseguem voltar ao grupo. A equipe de César Ades descobriu que esse assobio contém o que chamam de assinatura vocal, com características que distinguem um filhote de outro e poderia permitir seu reconhecimento pela mãe. “O reconhecimento da prole é uma necessidade biológica crucial”, comenta o pesquisador. “Na natureza, se uma mãe não reconhece o próprio filhote, está sujeita a desperdiçar tempo protegendo outros filhotes ou alimentando-os em detrimento dos seus.” Em seu doutorado,
concluído no ano passado, Rosana Suemi Tokumaru, recém-contratada na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), comprovou experimentalmente que as fêmeas de cobaias reconhecem seus filhotes de acordo com o cheiro de cada um deles e passam mais tempo perto deles do que dos filhotes de outras mães. Suemi quis verificar se elas reconheceriam seus filhotes de longe, apenas por meio do assobio de separação. Primeiro, ela criou uma situação de aprendizagem, na qual as mães ouviam repetidamente o assobio de um de seus filhotes, que entrava em contato com ela após o chamado. Depois, em outra situação, uma mãe teria de escolher entre uma gravação do assobio de seu próprio filhote e uma de um filhote alheio. Mas as mães não distinguiram os chamados e dirigiam-se tanto para um quanto para outro. “O assobio de separação do filhote
não se desenvolveu em função do reconhecimento materno”, observa Ades. “O chamado do filhote funciona porque a mãe normalmente está perto e também porque os adultos do grupo são benevolentes em relação aos filhotes, servindo até de pontos de segurança.” Algo como uma criança que se perdeu num shopping center e já se sente amparada quando alguém lhe dá atenção, mesmo que não seja sua mãe. A benevolência é tanta que, como comprovou Adriana Toyoda Tokamatsu, num trabalho em andamento, é comum as mães que estão amamentando permitirem a filhotes alheios o acesso a seu leite. Pode ser outro traço da
domesticação.

Fonte: Pesquisa Fapesp Online -Trecho da Edição 85/Março de 2003

Poema


Porquinho da índia


Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele prá sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas ...
O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada


Manuel Bandeira 

terça-feira, 7 de junho de 2011

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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Casa Nova



Esta porquinha linda é a Bola de Algodão. Ela tem um pouco mais de 4 anos e já teve muitas crias.
Ela sempre foi bastante sensível, sempre teve filhotes frágeis, provavelmente por ter nascido de algum cruzamento sem critério (como com indivíduos aparentados).
Na sua última cria, foram 4 filhotes...enormes...e todos branquinhos como ela. Um veio a óbito e os outros estão por aqui: Clara, Neve e Beijinho(este último, o mais “atentado”).
Por causa desta cria que consumiu bastante sua energia, ele teve um problema na pata, decorrente da falta de vitamina. Passou por cuidados especiais, sua alimentação foi suplementada e teve inclusive que ser afastada dos filhotes quando eles tinham 20 dias.
Apesar dos cuidados, ela permaneceu com a pata torta e este problema se tornou irreversível. Hoje ela está super bem, com um peso bom e é claro foi “aposentada” de ser mamãe novamente.
Por isso, tive que fazer umas adaptações no seu recinto pra que ela tivesse uma boa qualidade de vida. Inicialmente ela ficou no viveiro grande, em um espaço só pra ela. Mas como o piso é ligeiramente áspero (antiderrapante), ela feria a pata.
Foi quando eu e meu marido tivemos a idéia de construir um “cercado” de caixa de polionda. O primeiro fizemos com duas caixas apenas, mas recentemente demos mais espaço pra ela, usando 4 caixas.
Estas caixas são vendidas em lojas de material para escritório com tamanhos e cores variados. Eu usei a de tamanho médio (40x30x22), pois apesar se ser um pouco baixa na altura, ela não tem força pra pular.

Exemplo da caixa a ser usada
Fiz uma adaptação pra colocar o bebedouro e uso jornal e serragem para forração. A noite ou quando está muito frio ela fica dentro de casa e durante o dia fica no solzinho. O bom é que dá pra levar para onde quiser.
Ela se adaptou muito bem a esta casinha nova e nunca mais teve machucado na pata.
Acho que serve como idéia pra quem tem pouco espaço ou pra quem tem um porquinho com problema como este.



Rita Tarallo - Bióloga

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Tem jeito pra tudo!

Engenheiro adaptou um vagão de brinquedo, velcro e rodinhas de um skate para montar o meio de transporte

Apesar da pouca idade, Patch, uma porquinha-da-índia de 1 ano, já passou por poucas e boas. O roedor perdeu recentemente o movimento das patas traseiras, deixando seus donos, os irmãos Helena Auty, 6 anos, e Rowan, de 3 anos, desconsolados.

O caso aconteceu em Essex, Inglaterra, e felizmente, com a ajuda de Paul Scott, engenheiro e amigo da família, Patch ganhou a oportunidade de ter sua mobilidade de volta. Isso porque o designer conseguiu criar uma espécie de cadeira de rodas a partir de um vagão de um caminhão de brinquedo, rodinhas de skate e um pouco de velcro.

Em entrevista ao jornal “Daily Mail” Scott afirmou que já havia trabalhado com diversos projetos, mas sem dúvida, a cadeira de rodas para o pequeno roedor foi sua atividade mais desafiadora. O engenheiro contou ao jornal que ficou sabendo do caso por sua esposa, que é amiga da mãe das crianças, Becky Auty. “Eu fiquei muito feliz em poder ajudar”, declarou.

Praticamente adaptada à nova condição, Patch já come normalmente, se sociabiliza e até dá pequenas corridas. “É maravilhoso ver sua recuperação”, admitiu Scott.
enviada por J.Lage

Fonte: www.rac.com.br

E a horta cresceu!!!

     Muita couve e jiló! E em breve teremos mais tipos de verduras!