quinta-feira, 29 de julho de 2010

Associação Mata Ciliar

Quem tiver interesse em conhecer um pouco mais do trabalho desta ONG, pode entrar no site: http://www.mataciliar.org.br/ ou visitar o blog: http://noticiasdamata.blogspot.com/
Lá, vocês podem conhecer a história deles, os projetos realizados com conservação e principalmente como contribuir.
Rita Tarallo, Bióloga

Aos meus "porquinhos gigantes"


Desde criança sempre adorei animais.....
Durante minha infância e adolescência tive de tudo em casa: cachorro, coelhos, frangos, codornas, hamster, periquitos, calopsitas, peixes, etc...Cuidava de cada pardalzinho que caísse no meu quintal e dava comida para os cachorros que passavam pela minha rua.
Meus pais sempre com paciência, raramente diziam não para algum bichinho que quisesse ter.
Muitos anos depois, quando eu estava com 23 anos, vi uma reportagem no jornal que dizia que uma ONG em Jundiaí/SP tinha recebido um pingüim e estava precisando de ajuda com doações e voluntariado.
Esta ONG, a Associação Mata Ciliar, mudou totalmente minha vida. Comecei como voluntária, passei para estagiária (pois fazia curso técnico em Meio Ambiente) e passei a trabalhar lá poucos meses depois.
Aprendi de tudo, com todos os animais que chegavam e com a equipe, sempre na luta para a conservação das espécies. Cuidei de filhotes de gambás a onças pardas adultas.....
Mas, sem parecer injusta, dois animais dali foram marcantes pra mim....a Capi e o Japi.
Capi, uma capivara grande e engraçada, que adorava banhos de mangueira e um bom fardo de capim fresco. Tinha seu lugarzinho preferido na sombra, no alto do recinto, numa “caminha” que ela mesma criou. Adorava vê-la comendo de manhã e ficando com a cara toda vermelha de beterraba. Ela vinha junto às telas do recinto e se coçava tentando tirar os seus inúmeros carrapatos......Eu não tirava da cabeça, que se um dia eu ficasse rica construiria um lago enorme só pra ela.
Japi.....me lembro até hoje quando o vi pela primeira vez. Estava em uma salinha, no colo de uma amiga bióloga que tentava dar mamadeira pra ele. Miudinho e muito assustado, o filhote que tinha perdido a mãe, agora passava de colo em colo de técnicos pra ser alimentado. Ficava num cercadinho, tomando sol e descansando na sombra. Adorava suas mamadeiras de sucos e comia tanto, que depois mal conseguia andar...
Os dois, infelizmente há um tempo atrás, se foram......foram pra descansar, pra estar junto com outras capivaras...em algum lugar....
A ONG Associação Mata Ciliar, continua na luta sempre, fazendo um trabalho maravilhoso, onde aprendi muito....como bióloga e como pessoa. É um lugar muito especial pra mim, que não deixo de pensar num dia sequer, pois lá, ficou outra parte de mim, minha segunda família.....formada pelas pessoas e pelos animais.
Este texto é minha homenagem aos meus “grandes porquinhos da índia”, Capi e Japi.
Rita Tarallo, Bióloga

terça-feira, 27 de julho de 2010

Nossos primos distantes


Preá Cavia intermedia é o mamífero mais raro do mundo
Encontrados, apenas, na ilha Moleques do Sul, perto de Florianópolis, os preás Cavia intermedia são considerados a espécie de mamífero mais rara do mundo e integram a lista vermelha de animais ameaçados de extinção.



Eles são sociáveis e simpáticos, embora raríssimos, do ponto de vista zoológico. Apenas na ilha Moleques do Sul, a 10 quilômetros de Florianópolis e pertencendo ao município de Palhoça, entre rochas e bosques baixos, pode ser encontrado o preá Cavia intermedia, um diminuto mamífero de 25 centímetros e 600 gramas, descrito pela ciência há apenas dez anos. Debruçada sobre as encostas rochosas da ilha desabitada e cercada pelo mar, a população dos pequenos roedores não passa de 100 indivíduos. É considerado o mamífero mais raro do mundo, e integra a lista vermelha de animais ameaçados de extinção. Seu aspecto físico lembra o de seus parentes do continente, mas estão separados há pelo menos 8 mil anos. Resultados preliminares de um estudo ainda inédito dos biólogos Nina Furnari e César Ades, do laboratório de psicoetologia da Universidade de São Paulo, revelaram, no entanto, um comportamento social próprio entre os preás da ilha. Por isso, são vistos com frequência forrageando gramíneas em grupos mistos de dois a até 17 indivíduos. "Nesses grupos maiores ocorrem subunidades, formadas por casais ou duplas de mãe-filhote ou ainda tríades de mãe-filhote-macho", explica Nina. "E há vínculos entre os indivíduos visíveis pela ausência de comportamentos agressivos."



Fonte: Luciano Candisani
Revista National Geographic – 05/2010

Sobre os nossos roedores


A Ordem Rodentia é a mais numerosa entre os mamíferos, ocupando todos os tipos de habitats em diversas regiões no mundo. No Brasil são 71 gêneros e 235 espécies (OLIVEIRA & BONVICINO, 2006), muitos deles endêmicos. Desta ordem, podemos separar os roedores em três subordens: Sciuromorpha (esquilos), Myomorpha (ratos) e Hystricomorpha (porquinhos da índia). Desta última, a familia Caviidae inclui a capivara, os mocós e os preás (OLIVEIRA & BONVICINO, 2006).
As espécies do gênero Cavia, ocupam diversas áreas geográficas no planeta, distribuindo-se em sua maior parte na América do Sul, onde sua presença só não foi descrita na região sul do Peru e do Chile, que possuem clima extremante árido, ao norte do Brasil e no extremo sul do continente (MONTICELLI, 2005).
No Brasil, são encontradas cinco espécies, o Cavia aperea, C. fulgida, C. intermedia, C. magna e C. porcellus (OLIVEIRA & BONVICINO, 2006), sendo a primeira, a espécie com distribuição mais ampla do gênero, ocupando Brasil oriental e meridional, sul do Paraguai, Uruguai e nordeste da Argentina (Ximenez, 1980 apud FURNARI, 2006).
Esses animais possuem hábitos terrestres, e utilizam como habitat as regiões de bordas de mata atlântica, matas ciliares, brejos, cerrados, campos úmidos e caatinga. Usam como ninhos, moitas de gramíneas, e o período de gestação é de 61 dias. Os filhotes mamam em média 21 dias, mas já ingerem alimentos sólidos logo após o nascimento (OLIVEIRA & BONVICINO, 2006).
A única espécie domesticada entre os Caviinae é o porquinho da índia ou cobaia (Cavia porcellus). Populações asilvestradas existem no Peru e na Bolívia, mas não há forma selvagem conhecida (MONTICELLI, 2005).

Fonte: Rita Tarallo, Bióloga

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Classificação atual do porquinho-da-india

Classificação atual da Família Caviidae, proposta por Woods e Kilpatrick (2005).

Ordem Rodentia

Infraordem Hystricognathi
Família Caviidae
Subfamília Caviinae:
Cavia aperea (Erxleben, 1777)
Cavia fulgida (Wagler, 1831)
Cavia intermedia (Cherem, Olimpio e Ximenez, 1999)
Cavia magna (Ximenez, 1980)
Cavia porcellus (Linnaeus, 1758)
Cavia tschudii (Fitzinger, 1857)
Galea flavidens (Brandt, 1835)
Galea musteloides (Meyen, 1832)
Galea spixii (Wagler, 1831)
Microcavia australis (I. Geoffroy e d’Orbigny, 1833)
Microcavia niata (Thomas, 1898)
Microcavia shiptoni (Thomas, 1925)

Subfamília Dolichotinae
Dolichotis patagonum (Zimmermann, 1780)
Dolichotis salinicola (Burmeister, 1876)

Subfamília Hydrochoerinae
Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus, 1766)
Hydrochoerus isthmius (Goldman, 1912)
Kerodon acrobata (Moojen, Locks, and Langguth, 1997)
Kerodon rupestris (Wied, 1820)
Fonte: Rita Tarallo, Bióloga