quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Meu Caviário

Há 10 anos atrás não imaginava que um dia teria a oportunidade de projetar e finalmente conseguir construir um viveiro grande e confortável para meus animais.
Pude perceber o resultado na melhora da qualidade de vida deles, através de crias com muitos filhotes saudáveis, o aumento de pêso de todos eles, pelagem, etc.
Assim como a alimentação, é importante considerarmos o ambiente para a saúde do animal.
Existem inúmeras idéias de cercados, viveiros e casinhas para quem tem mais espaço ou pra quem mora em apartamento.
Acredito que o ideal seja algo que se possa manter uma boa higiene, espaço para que se exercitem, proteção do sol forte e do frio e uma toca para servir como ponto de fuga.


Rita Tarallo
Bióloga


sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Vick

Vick









Pode ser que muitas pessoas achem que este texto nada tem a ver com o tema do meu blog.
Mas acho que tudo o que faz parte da minha vida, faz parte até da vida dos porquinhos....
Hoje cedo, estava tomando café da manhã e assistindo ao final do filme Marley e Eu. Geralmente não gosto de ver, pois sempre lembro da minha cachorra, a Vick, uma labradora amarela.
Mas estava pensando na importância que um cachorro, ou qualquer animal pode ter na nossa vida. Lembrei que temos ela já há 10 anos e que muita história se passou neste tempo e que ela estava ali sempre, participando de tudo o que acontecia, nas coisas boas e ruins.
Pensar que pode acontecer qualquer situação, que ela nunca deixa de estar do nosso lado....
Nada expressa tão bem o amor que um animal pode dar pra gente.....porque não existe maldade, falsidade, traição, medo, raiva ou recentimento....Não, é aquilo que você vê...o que eles oferecem do jeito mais puro e sincero. Pode ser um olhar, uma lambida, o gesto de ficar quieto e respeitar sua dor...uma abanada de rabo ou simplesmente sentar um pouco ao seu lado (mesmo depois de levar uma bronca), pra ganhar um carinho.
Nunca vai existir um sentimento ruim, mesmo que possa acontecer de você levar uma mordida ou uma arranhada. Porque não foi por raiva ou ódio de você...foi simplesmente por um dispositivo de instinto deles.
Sinto muito falta da Vick. Me casei no final do ano passado e ela ficou com meus pais em outra cidade, então agora vejo ela poucas vezes por mês.
Agora como nunca, tento sempre curtir ao máximo quando estou na sua companhia.
Ela já não está mais presente no meu dia a dia e sempre que tenho saudades, lembro daquele olhar....que só ela tem....e que só eu sei a grandeza e a pureza do que há ali dentro....
Rita Tarallo, Bióloga

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Nossa horta, criada especialmente para os porquinhos. Muita couve pra eles e sem agrotóxico!


Pipoca, um macho angorá, num momento raro de tranquilidade, já que o nome faz jus à personalidade dele!

Alimentação dos porquinhos




Em todos estes anos que crio porquinhos, muitas coisas aprendi no dia a dia ou buscando raras informações que tinham na internet. Até hoje, quando estou numa loja e vejo algum vendedor passando orientações sobre eles, me pergunto porque animais tão adoráveis, são tão pouco conhecidos....
Há 10 anos atrás não existiam gaiolas próprias, shampoos específicos, coleirinhas e muito menos rações.
Eu dava ração de coelho, capim e alguns legumes e não tinha muita idéia da importância que a vitamina C tem para o organismo deles.
Em muitos sites, blogs e no orkut, vocês podem encontrar outras mil informações, como tabelas nutricionais com quantidades, etc.
Mas este “guia” que elaborei, foi com minha experiência nestes anos. É algo simplificado, uma base para a boa saúde dos porquinhos que sempre funcionou muito bem.
Quem quiser ir adiante e se aprofundar um pouco mais, recomendo uma boa pesquisa na internet, em páginas de criadouros e de pessoas que gostam (e muito!), assim como eu. Em especial: http://www.panqueca.webnode.com.br/, http://www.maulicui.com/ e http://www.cuicui.com.br/.
GUIA DE ALIMENTAÇÃO
-Ração de coelho (peletizada), de preferência da marca Purina. Pode ser deixada a vontade, pois porquinhos tem picos de atividades 24 horas por dia, só param para descansar de vez em quando. Vale lembrar que a ração não pode ser a única fonte de alimento para os porquinhos, como veremos a seguir.
-Rações específicas pra porquinho da índia: a maioria é importada, mas já existem marcas brasileiras, como da Zoofood, Zootekna, Alisul encontradas em lojas grandes de produtos para animal (Pet Center, Cobasi). Uma boa importada é a Cavia Crispy, da marca Versele-Larga, que já contém vitamina C.
-Frutas: banana (com casca), maçã, melancia, pêra, etc. Meus animais particularmente não comem, mas algumas pessoas oferecem laranja aos animais, principalmente pela vitamina C. Prefiro suplementar com vitaminas próprias, pois já li em muitos lugares que frutas cítricas as vezes causam feridas na boca deles. Importante lembrar que quando for oferecer um alimento novo para o animal, não dar em grande quantidade, para não causar diarréia, ate o organismo deles se adaptarem.
-Legumes e verduras: Milho, jiló, berinjela, beterraba (pode ser com as folhas), cenoura (pode ser com as folhas), couve flor, couve manteiga, brócolis, espinafre, repolho (branco ou roxo), acelga, vagem, escalora. Quanto mais escura a verdura, melhor pois contém mais vitamina C.
Alface pode causar diarréia, então o melhor é oferecer em pequenas quantidades ou optar por outras verduras.
-O fato de seu animal não comer uma fruta ou verdura em especifico, não significa que estão com algum problema. Como as pessoas, os porquinhos também tem suas preferências alimentares!
-Porquinhos da índia são herbívoros, portanto, nunca oferecer proteína animal (leite, ovos, queijo, carne, etc), assim como doces, alimentos gordurosos, etc.
-Feno. Geralmente são vendidos em grandes fardos, é importante adquirir em lugares de confiança, pois se for mal armazenado, pode conter fungos e bolores prejudiciais aos porquinhos. Oferecer diariamente.
-Capim (eles adoram!!!). Também é importante saber a procedência, verificar se não há outras ervas junto (que podem ser tóxicas) e se o capim não foi pulverizado com veneno pra combater pragas como ratos.
-Os porquinhos, assim como os humanos, não produzem vitamina C naturalmente no organismo, por isso é de extrema importância oferecer porções diárias, ou no mínimo 4 vezes por semana, suplementar sua dieta com muitas verduras, legumes e frutas.
-Por serem roedores, os dentes crescem a vida toda, sendo necessário “gastar” os dentes em alimentos duros, como cenouras, beterrabas e a própria ração.
-A Purina tem uma linha de ração própria pra cobaias que já contém a dosagem certa de vitamina C. São difíceis de comprar, pois geralmente são usadas apenas em biotérios. Se alguém tiver sorte de encontrar, é um bom investimento.
-Uma dica: acostumar um animal a tomar diariamente a vitamina C não é tão difícil assim. No começo eles podem não aceitar muito bem, mas com o tempo até passam a gostar. Condicione seu filhote, ou mesmo já adulto a receber esta dosagem diária. Existe um produto próprio no mercado (Roevit), mas pode ser usado também Redoxon em gotas. A dosagem para porquinhos é de 10 a 30 mg por quilo de peso do animal via oral ou 200 a 400 mg por litro de água. Lembrando que a concentração de vitamina C entre estes dois produtos são diferentes, então é preciso fazer um calculo pra obter a quantidade certa.
-Água fresca em cochos limpos são importantes para a boa saúde.
-Tipos de cochos: de preferência de porcelana. Podem ser usados os plásticos também, mas a porcelana é ideal, pois além de não ser um material poroso, é ligeiramente pesado, evitando que os animais derrubem a comida.
-Lembrar de lavar todos os legumes, frutas e verduras que for dar para os porquinhos, pois o agrotóxico pode fazer muito mal a eles. Nunca oferecer alimentos estragados ou mal passados e sim vegetais frescos.

Rita Tarallo, bióloga


quinta-feira, 29 de julho de 2010

Associação Mata Ciliar

Quem tiver interesse em conhecer um pouco mais do trabalho desta ONG, pode entrar no site: http://www.mataciliar.org.br/ ou visitar o blog: http://noticiasdamata.blogspot.com/
Lá, vocês podem conhecer a história deles, os projetos realizados com conservação e principalmente como contribuir.
Rita Tarallo, Bióloga

Aos meus "porquinhos gigantes"


Desde criança sempre adorei animais.....
Durante minha infância e adolescência tive de tudo em casa: cachorro, coelhos, frangos, codornas, hamster, periquitos, calopsitas, peixes, etc...Cuidava de cada pardalzinho que caísse no meu quintal e dava comida para os cachorros que passavam pela minha rua.
Meus pais sempre com paciência, raramente diziam não para algum bichinho que quisesse ter.
Muitos anos depois, quando eu estava com 23 anos, vi uma reportagem no jornal que dizia que uma ONG em Jundiaí/SP tinha recebido um pingüim e estava precisando de ajuda com doações e voluntariado.
Esta ONG, a Associação Mata Ciliar, mudou totalmente minha vida. Comecei como voluntária, passei para estagiária (pois fazia curso técnico em Meio Ambiente) e passei a trabalhar lá poucos meses depois.
Aprendi de tudo, com todos os animais que chegavam e com a equipe, sempre na luta para a conservação das espécies. Cuidei de filhotes de gambás a onças pardas adultas.....
Mas, sem parecer injusta, dois animais dali foram marcantes pra mim....a Capi e o Japi.
Capi, uma capivara grande e engraçada, que adorava banhos de mangueira e um bom fardo de capim fresco. Tinha seu lugarzinho preferido na sombra, no alto do recinto, numa “caminha” que ela mesma criou. Adorava vê-la comendo de manhã e ficando com a cara toda vermelha de beterraba. Ela vinha junto às telas do recinto e se coçava tentando tirar os seus inúmeros carrapatos......Eu não tirava da cabeça, que se um dia eu ficasse rica construiria um lago enorme só pra ela.
Japi.....me lembro até hoje quando o vi pela primeira vez. Estava em uma salinha, no colo de uma amiga bióloga que tentava dar mamadeira pra ele. Miudinho e muito assustado, o filhote que tinha perdido a mãe, agora passava de colo em colo de técnicos pra ser alimentado. Ficava num cercadinho, tomando sol e descansando na sombra. Adorava suas mamadeiras de sucos e comia tanto, que depois mal conseguia andar...
Os dois, infelizmente há um tempo atrás, se foram......foram pra descansar, pra estar junto com outras capivaras...em algum lugar....
A ONG Associação Mata Ciliar, continua na luta sempre, fazendo um trabalho maravilhoso, onde aprendi muito....como bióloga e como pessoa. É um lugar muito especial pra mim, que não deixo de pensar num dia sequer, pois lá, ficou outra parte de mim, minha segunda família.....formada pelas pessoas e pelos animais.
Este texto é minha homenagem aos meus “grandes porquinhos da índia”, Capi e Japi.
Rita Tarallo, Bióloga

terça-feira, 27 de julho de 2010

Nossos primos distantes


Preá Cavia intermedia é o mamífero mais raro do mundo
Encontrados, apenas, na ilha Moleques do Sul, perto de Florianópolis, os preás Cavia intermedia são considerados a espécie de mamífero mais rara do mundo e integram a lista vermelha de animais ameaçados de extinção.



Eles são sociáveis e simpáticos, embora raríssimos, do ponto de vista zoológico. Apenas na ilha Moleques do Sul, a 10 quilômetros de Florianópolis e pertencendo ao município de Palhoça, entre rochas e bosques baixos, pode ser encontrado o preá Cavia intermedia, um diminuto mamífero de 25 centímetros e 600 gramas, descrito pela ciência há apenas dez anos. Debruçada sobre as encostas rochosas da ilha desabitada e cercada pelo mar, a população dos pequenos roedores não passa de 100 indivíduos. É considerado o mamífero mais raro do mundo, e integra a lista vermelha de animais ameaçados de extinção. Seu aspecto físico lembra o de seus parentes do continente, mas estão separados há pelo menos 8 mil anos. Resultados preliminares de um estudo ainda inédito dos biólogos Nina Furnari e César Ades, do laboratório de psicoetologia da Universidade de São Paulo, revelaram, no entanto, um comportamento social próprio entre os preás da ilha. Por isso, são vistos com frequência forrageando gramíneas em grupos mistos de dois a até 17 indivíduos. "Nesses grupos maiores ocorrem subunidades, formadas por casais ou duplas de mãe-filhote ou ainda tríades de mãe-filhote-macho", explica Nina. "E há vínculos entre os indivíduos visíveis pela ausência de comportamentos agressivos."



Fonte: Luciano Candisani
Revista National Geographic – 05/2010

Sobre os nossos roedores


A Ordem Rodentia é a mais numerosa entre os mamíferos, ocupando todos os tipos de habitats em diversas regiões no mundo. No Brasil são 71 gêneros e 235 espécies (OLIVEIRA & BONVICINO, 2006), muitos deles endêmicos. Desta ordem, podemos separar os roedores em três subordens: Sciuromorpha (esquilos), Myomorpha (ratos) e Hystricomorpha (porquinhos da índia). Desta última, a familia Caviidae inclui a capivara, os mocós e os preás (OLIVEIRA & BONVICINO, 2006).
As espécies do gênero Cavia, ocupam diversas áreas geográficas no planeta, distribuindo-se em sua maior parte na América do Sul, onde sua presença só não foi descrita na região sul do Peru e do Chile, que possuem clima extremante árido, ao norte do Brasil e no extremo sul do continente (MONTICELLI, 2005).
No Brasil, são encontradas cinco espécies, o Cavia aperea, C. fulgida, C. intermedia, C. magna e C. porcellus (OLIVEIRA & BONVICINO, 2006), sendo a primeira, a espécie com distribuição mais ampla do gênero, ocupando Brasil oriental e meridional, sul do Paraguai, Uruguai e nordeste da Argentina (Ximenez, 1980 apud FURNARI, 2006).
Esses animais possuem hábitos terrestres, e utilizam como habitat as regiões de bordas de mata atlântica, matas ciliares, brejos, cerrados, campos úmidos e caatinga. Usam como ninhos, moitas de gramíneas, e o período de gestação é de 61 dias. Os filhotes mamam em média 21 dias, mas já ingerem alimentos sólidos logo após o nascimento (OLIVEIRA & BONVICINO, 2006).
A única espécie domesticada entre os Caviinae é o porquinho da índia ou cobaia (Cavia porcellus). Populações asilvestradas existem no Peru e na Bolívia, mas não há forma selvagem conhecida (MONTICELLI, 2005).

Fonte: Rita Tarallo, Bióloga

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Classificação atual do porquinho-da-india

Classificação atual da Família Caviidae, proposta por Woods e Kilpatrick (2005).

Ordem Rodentia

Infraordem Hystricognathi
Família Caviidae
Subfamília Caviinae:
Cavia aperea (Erxleben, 1777)
Cavia fulgida (Wagler, 1831)
Cavia intermedia (Cherem, Olimpio e Ximenez, 1999)
Cavia magna (Ximenez, 1980)
Cavia porcellus (Linnaeus, 1758)
Cavia tschudii (Fitzinger, 1857)
Galea flavidens (Brandt, 1835)
Galea musteloides (Meyen, 1832)
Galea spixii (Wagler, 1831)
Microcavia australis (I. Geoffroy e d’Orbigny, 1833)
Microcavia niata (Thomas, 1898)
Microcavia shiptoni (Thomas, 1925)

Subfamília Dolichotinae
Dolichotis patagonum (Zimmermann, 1780)
Dolichotis salinicola (Burmeister, 1876)

Subfamília Hydrochoerinae
Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus, 1766)
Hydrochoerus isthmius (Goldman, 1912)
Kerodon acrobata (Moojen, Locks, and Langguth, 1997)
Kerodon rupestris (Wied, 1820)
Fonte: Rita Tarallo, Bióloga